O Education at a Glance 2025 coloca o foco no ensino superior, analisando quem chega, quem conclui e que resultados alcança no mercado de trabalho, cruzando esta informação com a medida de competências do Programme for the International Assessment of Adult Competencies da OCDE 2023 (PIAAC). Alargar o acesso ao ensino superior já não chega; é preciso garantir progressão, conclusão e competências úteis.
O relatório mostra que a origem familiar continua a pesar fortemente. Em média, na OCDE, 70% dos jovens (25–34 anos), com pelo menos um progenitor com formação universitária, obtêm um diploma de ensino superior, contra 26% entre quem tem pais sem terem concluído o ensino secundário — um retrato claro de desigualdades persistentes no acesso e sucesso no ensino superior.
Outra conclusão-chave: as taxas de aproveitamento são um ponto fraco. Entre os novos estudantes a frequentar cursos de licenciatura, 43% concluem o curso no tempo esperado; 59% ao fim de +1 ano; 70% até +3 anos. As diferenças de género mantêm-se (homens com conclusão mais baixa do que mulheres), sugerindo a necessidade de apoios académicos, orientação, planos de estudo mais estruturados e credenciação intermédia de competências.
Embora a escolaridade continue a ser uma proteção contra o desemprego e a abrir portas a empregos qualificados, o PIAAC indica que, entre 2012 e 2023, a literacia e a numeracia em adultos estagnaram ou caíram em muitos países. Ou seja, a qualificação formal sem competências efetivas não chega: importa investir na qualidade das aprendizagens e na formação ao longo da vida.
Em suma, o Education at a Glance 2025 reforça que medir o sucesso educativo vai além das taxas de matrícula: exige que se olhe para a equidade de oportunidades, conclusão com valor, competências transferíveis e resultados sociais e económicos que justifiquem o investimento público e privado — com particular atenção ao ensino superior e às transições para o mercado de trabalho.
Consulte relatório aqui. here.
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